Job to be done – porque as empresas erram e a gente também…

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Clayton Christensen é um professor de Harvard, autor de diversos livros voltados à inovação e às estratégias disruptivas. Tem um conceito dele que eu gosto muito, pois clarifica demais porque o produto ou serviço de uma empresa é adquirido.
Diferentemente de outras teorias que enfatizam o ‘como,’ o ‘job to be done’ foca no porque.  De forma simplificada, as pessoas ‘contratam’ algo para ter algum ‘trabalho’ realizado, para resolver alguma situação. E um exemplo clássico que ele sempre menciona é o do milk shake de uma lanchonete que é adquirido pela manhã para entreter/ocupar uma das mãos, enquanto as pessoas dirigem para o trabalho e dar ‘aquela forrada’ no estômago.

Está é a sacada. Enquanto o foco da empresa fica na pesquisa para determinar o preço, novos sabores, investimento em maquinário e parcerias com marcas para trazer novidades, o ‘job to be done’ não é atendido… Afinal, para realizar o ‘ serviço que está sendo contratado’,  a empresa deveria mais se preocupar com a fluxo  da loja entre o pedido e a entrega do milk shake (que deve ser rápido, pois os clientes estão com pressa para ir ao trabalho) e com a consistência e tamanho do milk shake (para que os clientes possam saboreá-lo durante todo ou quase todo trajeto e não ficar com fome logo depois).
Excelente teoria! Mas agora vamos pedir licença para aplicá-la na nossa vida profissional. Quando uma empresa contrata um funcionário, ela tem algo que precisa ser resolvido. Você é literalmente contratado para que um trabalho seja feito. E se a seu serviço não realizar este trabalho, então instaura-se um problema. Isso pode aparecer de diversas formas: perda do tesão de trabalhar, reclamações constantes sem produtividade (por que tem gente que reclama mas faz), frustração de expectativas, etc.
Agora vamos ser sinceros: você entendeu para qual ‘serviço’ você foi contratado? Ou você achou que poderia fazer diferente, ‘chegar chegando’ como se diz sobre situações assim?
E a empresa, será que ela tinha clara a sua própria necessidade de trabalho? Afinal não adianta contatar o pintor para arrumar o encanamento… e então chega a pessoa e a empresa só diz que ela não entrega…
Por isto é tão importante que a gente se conheça profundamente, saiba dos nossos pontos fortes e fracos, onde conseguimos contribuir mais ou menos. Assim dá para celebrar um contrato de forma mais segura, falando a mesma língua, estabelecendo melhor as expectativas.
E faça um favor para você mesmo, sempre que possível ( às vezes as necessidades não permitem imediatamente)  faça somente aquilo que estaria realmente disposto a fazer, aceite os trabalhos que você consegue – e deseja, realizar.
Não preciso nem mencionar que você também pode aplicar isto na sua vida pessoal… Deixo este exercício para você.
Abraços e não deixe de aproveitar sua vida!

Sobre a autora:

Glaucia Miyazaki – parceira RH|PM

Sou executiva e Coach com mais de 17 anos de experiência profissional no chamado “Mundo Corporativo”, atuando em cargos de liderança e diretoria das áreas de Marketing, Vendas e TI de diversas empresas mercado. Publicitária formada pela ESPM/SP, Pós-graduada em Administração e com MBA em Gestão Empresarial pela FGV/SP. Vivenciei de tudo: de pequenas familiares a gigantes varejistas, de Entretenimento a Telecom, de Start-ups a falimentares, de serviços e de produtos, de organizadas as sem muitas regras…Tenho uma abordagem mais holística sobre a gestão e seu papel e sou conhecida pela forma franca e direta de me expressar. “Quando me pedem um feed-back, já vou logo perguntando: Com ou sem açúcar?”.

Além disto sou mãe (dois lindos meninos), mulher, esposa, estou trabalhando em um livro sobre Gestão e adoro cozinhar.

Crédito de Imagem: pixabay.com


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