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O que faz seu coração vibrar? O que te faz feliz? Você é apaixonado pelo trabalho que realiza? Você é satisfeito com o resultado que seu trabalho proporciona?
Há algum tempo somos doutrinados a um novo conceito de trabalho no qual: as pessoas precisam fazer aquilo que amam, devem ser apaixonadas pelo que fazem, e,
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principalmente, devem trabalhar em lugares que gostem e se identifiquem.
Uma pesquisa realizada pelo Instituto Gallup e divulgada em maio, aumenta o coro em prol desta doutrina ao mostrar que 72% das pessoas, ao redor do mundo, não gostam do próprio trabalho*. Sim, a insatisfação é mundial.
Embora as premissas do amor, da paixão, do gostar e da identificação sejam lógicas e viáveis, há alguns fatores que devem ser considerados na prática: planejamento, senso crítico e ousadia. Cada escolha é literalmente uma renúncia. E por mais resiliente (competência xodó do mundo corporativo) que um profissional seja, existe um universo de necessidades, bem descritas por Maslow*, que devem ser cumpridas e alcançadas para que a satisfação e o reconhecimento tornem-se rotina.
A tomada de decisão é um processo peculiar, que deve ser respaldado por informações confiáveis, pois requer a habilidade de planejar e vislumbrar cenários, a crítica para confrontar e validar alternativas e a coragem e ousadia para assumir o ônus e bônus da decisão, aqui, mesmo o impulso deve ser meticulosamente calculado. Isso vale para tanto para a vida profissional quanto para pessoal.
Neste cenário tentador da felicidade profissional plena, uma enxurrada de matérias, reportagens e artigos disponibilizados pelos veículos de comunicação reportam modelos de sucesso, alguns perigosos e ilusórios, que estimulam e justificam a mudança apoiados em um desejo latente por sucesso, satisfação e reconhecimento.
É um tal de 15 passos daqui, 30 dicas de lá, modelos instantâneos acolá … todos com o objetivo de “incitar” o leitor a nova jornada. Mas que raio de jornada é essa? Uma jornada tentadora para um novo patamar profissional no qual a felicidade é possível, e acessível a todos, desde que o caminho pelo qual o coração pulsa seja destemidamente seguido.
Até ai tudo bem. Mas, sempre existe um porém: nada é tão fácil a ponto de poder ser seguido via manual de instruções. Antes de decidir pela jornada, vale um aviso: o “conto de fadas” requer trabalho, tentativa, erro, frustração e outras “coisitas” mais para se chegar ao acerto e ao sonhado sucesso. O fato é que poucos estão dispostos à enfrentá-lo. A felicidade, meus caros, é tentadora, porém, custosa!
Infelizmente, nesses tempos modernos, o ritmo é alucinado (30h no mínimo para cumprir todas as demandas impostas em um único dia de trabalho. Sim, isso não é exagero!). As máquinas estão intuitivas, rápidas e inteligentes e os humanos, cada vez mais, enfrentam um processo repetitivo de atividades e funções para provar, manter e justificar desempenho e rentabilidade. Mesmo “pseudo robotizado”, o profissional paga o preço, pois precisa preencher a lacuna do sustento.
Assim, a felicidade é transformada em uma meta responsável por diversos sonhos e frustrações, justamente, por ser insuficiente. É característica do ser humano querer/desejar sempre mais – o céu era o limite (vamos colonizar Marte!).
Se você chegou a pensar que esta conversa seria sobre coração, vibração, paixão, satisfação e a tal felicidade, sinto em informar que rolou um pequeno equívoco. Na verdade, ela tem o intuito de promover uma reflexão entre o seu eu pessoal e o seu eu profissional. Permita um encontro entre os dois mediante o seguinte convite: “Nós precisamos conversar sobre o que nos faz HUMANOS”. Aproveitem …
Te vejo por ai!
*Fontes: