O maior inimigo do plano B é um profissional bem sucedido!

SUA FELICIDADE E SEU SUCESSO PODEM SER PROPORCIONAIS À SUA MARGEM DE MANOBRA FINANCEIRA. Por favor não compreenda incorretamente, não estou dizendo que dinheiro traz felicidade, o ponto é outro.

Há muitas discussões sobre o tema Carreira x Felicidade e no final o que acaba ocorrendo são categorizações que tentam explicar as diferentes abordagens, muitas delas baseadas nas diferenças das gerações. Ok, é uma forma de ver o mundo, mas não podemos esquecer que as gerações não são uma definição em si, são apenas marcos temporais que aglutinam características comuns. Vale lembrar também que os comportamentos não são um fim em si mesmos, eles têm uma razão de ser pelo contexto em que ocorrem, seja o cenário político, econômico, social, tecnológico, financeiro, pessoal, do país e do mundo…

Claro que, de forma geral, dá para dizer que nossos avós tinham como imagem de sucesso uma família sólida, que nossos pais (se eles têm 40 anos ou mais), tinham um foco na carreira, e sucesso era sinônimo de ser bem-sucedido na profissão (seja ela escolhida ou não) e que as novas gerações buscam uma satisfação mais imediata e/ou um propósito até chamado de “mais nobre” para suas vidas, mas tudo isto é uma primeira visão do todo.

Na prática, quase sempre quando se está no começo da carreira é mais fácil tomar mais riscos, pois apesar da pouca grana e experiência, mas muita vontade, as consequências de um erro são mais mitigáveis, o que faz com que se possa tentar de novo e de novo, até o limite em que seja financeiramente viável – seja porque há suporte financeiro de alguém ou próprio, seja porque não se precisa de muito para viver pelas obrigações tomadas.

Quando se é um pouco mais velho, apesar da experiência e talvez de alguma reserva financeira, as obrigações tomadas têm maior peso nas decisões de mudança, seja porque há filhos, escola, prestações de casa e carro, contas no geral… por vezes são várias “vidas” dependendo das decisões da sua… Muitos até tem a vontade, o desejo, o brilho nos olhos para fazer algo novo, dar um novo sentido para suas vidas e carreiras (veja que aqui nem estou falando dos tão jovens), mas não tem a coragem e/ou as condições para arcar com as mudanças necessárias para isto.

Suponha que você seja arrimo de família (suporte financeiramente uma pessoa), vamos pensar que seja sua avó ou seus pais, velhinhos, doentes. É muito mais difícil para você tomar uma decisão de mudança se a consequência direta for afetar, de alguma forma, seu compromisso mensal do remédio necessário. Lógico, aqui um caso extremado, mas há outras que são opções e escolhas feitas ao longo da vida.

Um profissional bem-sucedido tem muito mais dificuldade de empreender num negócio de risco, inovador, sem retorno garantido, pois ele tem que dar um passo na direção oposta à sua zona de conforto se ele não tiver qualquer reserva financeira que o suporte… E meu bônus anual? Salário garantido todo mês? Férias, 13º.… mudar padrão de vida, escola das crianças, quem sabe de casa, de cidade? Eu diria para vocês, com conhecimento de causa, que é uma decisão difícil, não linear e nem lógica, já que mistura a matemática financeira da economia doméstica já implantada com aspirações e desejos pessoais, a tal razão de ser, motivação, busca da felicidade, chamem como quiser…. Daí atribuir  somente aos jovens à capacidade inovadora fica até pesado demais…. Por isto, tudo depende de contexto. Inovar é algo das mentes irrequietas, mentes jovens e ativas, tenha você 15, 30 ou 50 anos.

Então, não se pode apenas ver os rótulos (esta geração X só pensa em dinheiro, a geração millenium só pensa em felicidade e prazer imediato, etc). O que ocorre é algo natural do ser humano, a busca da felicidade, seja lá o que isso significa para cada pessoa em cada momento, pois felicidade não é exata e estática, ela faz parte da vida e vai mudando e se transformando com ela. Admiramos aquelas pessoas que abrem mão das coisas, mudam de vida, tomam riscos, pois no fundo, gostaríamos de fazer o mesmo. Mas o que nos impede?

Vivemos em um mundo capitalista, há valor envolvido nas trocas, compras, serviços, trabalho, e geralmente é dinheiro. Então, quanto melhor você conseguir se preparar para as suas próprias decisões futuras, mais fácil será toma-las. Isto não é só poupar e adiar tudo o que pode viver agora, abrir mão de qualquer prazer, desejo ou “eu mereço”… apenas fazer uma reserva, aquela conhecida reserva para emergências, para te dar a tranquilidade de tomar rumos diferentes na vida, se assim o desejar. Até porque, não tem nada de errado ou menos nobre em trabalhar numa empresa, num emprego tradicional e ser feliz com isto!

Todo mundo deseja ser feliz, mas que tal fazer algo que está nas suas mãos para dar uma ajudinha ao destino, seja se aceitar e não se deixar afetar por exigências falsas (como, só é feliz quem tem um negócio próprio), seja tomar decisões e mover esforços na direção de concretizar seus sonhos?

Lembre-se: a definição de sucesso deveria ser sua, não dos outros. E o mesmo vale para felicidade…: P

Abs, e não deixe de aproveitar a vida!

Sobre a autora:

Glaucia Miyazaki – parceira RH|PM

foto

Sou empreendedora, executiva e Coach com mais de 20 anos de experiência profissional no chamado “Mundo Corporativo”, atuando em cargos de liderança e diretoria das áreas de Marketing, Vendas e TI de diversas empresas mercado. Publicitária formada pela ESPM/SP, Pós-graduada em Administração e com MBA em Gestão Empresarial pela FGV/SP. Vivenciei de tudo: de pequenas familiares a gigantes varejistas, de Entretenimento a Telecom, de Start-ups a falimentares, de serviços e de produtos, de organizadas as sem muitas regras…. Tenho uma abordagem mais holística sobre a gestão e seu papel e sou conhecida pela forma franca e direta de me expressar. “Quando me pedem um feedback, já vou logo perguntando: Com ou sem açúcar? ”.

Adoro tecnologias, inovação, sou mãe (dois lindos meninos), mulher, esposa e adoro cozinhar.

Crédito de Imagem: pixabay.com


0.00

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *