Pra minha mãe, pro meu pai e pra você… o foco e a pertinência foram para a cucuia…

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Fato que os holofotes dos noticiários nas últimas semanas estiveram sobre o andamento do processo de impeachment, especialmente sobre a votação ocorrida no último dia 17 de abril, seja por ser relevante e importante mas, especialmente, hilária…

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Memes, charges e todo tipo de brincadeiras foram rapidamente disseminadas pelas redes, já que a votação parecia o finado “Xou da Xuxa”:

– Para quem vai seu beijo?

– Pra minha mãe, pro meu pai e pra você!

Sem considerar o resultado e o nosso enrolado sistema eleitoral e político, com quociente partidário, quociente eleitoral, coligações etc., nossos parlamentares estavam lá para nos representar, nós = povo brasileiro, que com seu voto (ainda que não direto), decidiu a quem dar a sua voz na representação política…

E se o foco era a votação para instauração do processo de impeachment, porque é mesmo que invocaram família, filhos, netos, sobrinhos, Deus, médicos, maçons, Getúlio, Jango, Brizola, Cel. Ustra, pela consciência tranquila, pela honra, futuro, esperança, corretores de seguros, cidades e estados, minorias e maiorias, a CPI e tudo mais que possam imaginar. Como disse o José Simão, só faltou a amante… O que tudo isto tinha a ver com o mérito da questão?

Ok. Há que se falar em importância histórica, emoção do momento, oportunidade de 15 segundos de fama, sei lá. E ainda os interesses pessoais, experiências anteriores, valores particulares e uma série de outras coisas que afetam as decisões que são tomadas. Mas precisamos reforçar a questão da pertinência e do foco.

O maior problema é que não foi só na sessão do plenário que a pertinência e foco parecem ter desaparecido… Vivemos isto todos os dias em nossas vidas… Imagine a cena: apresentação de duas opções diferentes de produtos para serem lançados e o diretor então profere a escolha: “Pela minha família, pela minha equipe que trabalhou tanto e pela esperança de continuidade desta empresa eu escolho o produto A”… Pareceu estranho? Se sim, você entendeu a importância de foco e pertinência em nossos atos.

Quantas vezes participou de reuniões com determinada pauta, mas o assunto discutido era completamente diferente (foco). Para piorar, você nem sabia por que havia sido convocado e porque falavam daquilo naquele momento (pertinência).

E status executivo de projetos? Se deixar, ao invés de andamento da execução, a reunião vira solução de conflito departamental, com uma série de justificativas e sem caminhos/soluções propostas…

E-mail de alinhamento então? Milhões de anexos, nenhum resumo, o tema no assunto e 55 pessoas copiadas… Desculpe, não era para alinhamento? Custava fazer um micro resumo (bullet point) no corpo do e-mail e quem precisasse de mais detalhes, buscava nos anexos? 55 pessoas eram mesmo necessárias? Dá para economizar e-mail e já mandar quais serão os próximos passos ou tarefas/decisões necessárias?

Até mesmo na orientação para execução de uma tarefa a gente deveria perseguir o Foco/Pertinência… pouparia nosso tempo e o dos outros… Exigir demais de quem ainda não tem preparo ou conhecimento para aquilo, dar a tarefa para outra pessoa (quebra-galho), pedir coisas para outras áreas que não são de sua competência…

E isto também se aplica à postura pessoal, imagem corporativa e história profissional que está construindo. Se tiver foco e for pertinente, tudo na sua trajetória profissional fará sentido. Experimente entrevistar uma pessoa errática, com experiências variadas, porém nada conversa com nada, nada é usado como ponte ou degrau para outro crescimento, todas as experiências são avulsas como vidas únicas. O que esperar de um profissional assim? Sabe-se lá…

Pertinência e foco não são verdades absolutas, elas precisam – e devem, ser ajustadas conforme o contexto. Imagine por um momento que é completamente a favor da pena de morte, bandido bom é bandido morto porque a segurança da minha família é o mais importante e esta é sua crença, sua verdade. Agora coloque-se no lugar de um negociador que está frente a frente com um bandido que mantém uma refém com uma arma na cabeça. Vai esbravejar sua crença de forma inflamada? Não pode e não deve. Vai precisar manter o foco (manter a vida da refém/segurança)… Vai dizer coisas pertinentes ao momento para atingir assim seu objetivo.

E viva o Tiririca, que no meio do circo todo, manteve o foco (voto) e deixou a piada (pertinente para um palhaço) para depois, num vídeo onde conclui: “Num momento daqueles, não dá para brincar…”

Abs, e não deixe de aproveitar a vida!

Sobre a autora:

Glaucia Miyazaki – parceira RH|PM

Sou executiva e Coach com mais de 17 anos de experiência profissional no chamado “Mundo Corporativo”, atuando em cargos de liderança e diretoria das áreas de Marketing, Vendas e TI de diversas empresas mercado. Publicitária formada pela ESPM/SP, Pós-graduada em Administração e com MBA em Gestão Empresarial pela FGV/SP. Vivenciei de tudo: de pequenas familiares a gigantes varejistas, de Entretenimento a Telecom, de Start-ups a falimentares, de serviços e de produtos, de organizadas as sem muitas regras…Tenho uma abordagem mais holística sobre a gestão e seu papel e sou conhecida pela forma franca e direta de me expressar. “Quando me pedem um feed-back, já vou logo perguntando: Com ou sem açúcar?”.

Além disto sou mãe (dois lindos meninos), mulher, esposa, estou trabalhando em um livro sobre Gestão e adoro cozinhar.

Crédito de Imagem: uol.com.br


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