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Muito se fala dos tipos de carreira que podem ser trilhados: Y, S, Espiral, W, Degraus… têm letra e forma para todo gosto. No fundo, no fundo, estas denominações são só uma tentativa de enquadrar as pessoas dentro das organizações e até de dar alguma perspectiva de crescimento para todos.

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De fato, a ansiedade é algo muito inerente do ser humano e saber onde se pode chegar, qual o próximo passo e qual caminho trilhar até lá, dá um certo acalento para muita gente.

Mas as coisas estão mudando rapidamente. Cada vez mais os profissionais estão se conhecendo melhor, definindo suas reais competências e atuando com seus mais profundos valores. Isto faz com que consigam compreender melhor que caminho precisam trilhar e qual tipo de empresa que devem buscar. Isto mesmo, devem e precisam buscar, pois estes profissionais já compreenderam que são eles que estão no comando de suas carreiras.

Infelizmente ainda existe muita gente que entra nas empresas e vão trilhando a carreira que a empresa oferece, por vezes, apenas respondendo perguntas muito simples como: ‘você gosta de gerir pessoas?’, ‘você quer ser um especialista/técnico ou gestor?’, etc. Convenhamos… “funcionário de carreira” é um conceito um tanto ultrapassado, quando o maior desejo de todos era entrar na tal multinacional como estagiário do auxiliar do assistente e sair de lá aposentado. Ou então vinculado aos funcionários públicos, que vão tendo seu cargo e salário melhorados com o passar do tempo.

Uma vez dentro de uma empresa, as coisas vão se mostrando muito mais complexas que isto. Na profissão a gente vai amadurecendo, descobrindo e desenvolvendo competências, até certo ponto, se moldando ao que é demandado pela empresa, mas o inquestionável, é que a gente vai mudando. E tem gente que “vira a mesa” e começa tudo de novo, numa profissão e carreira completamente diferente. Em tempos de crise então, todo mundo se reinventa…

Esta ‘evolução profissional’ uma mistura de histórico, aspirações, experiências, desejos, oportunidades e até um pouco de sorte. E nesta salada de coisas é um desafio escolher ‘uma letrinha’ para ser a trilha da carreira toda… Ganhou o selo, não muda mais… Não é bem assim.

Lógico que, por outro lado, as corporações precisam de algo para se guiarem, para definir políticas e até para ‘setar’ expectativas. Até porque fazer as coisas de forma extremamente individualizada pode ser inviável, seja por recursos, foco e até financeiramente. Além disto, as empresas têm estruturas organizacionais diferentes (matricial, funcional, Unidades de negócios, etc), e isto também interfere no tipo de trilhas que podem oferecer.

Então, o melhor a fazer é não deixar para a empresa a condução de sua vida profissional. Não se prenda às formas e letrinhas e avalie se o desenvolvimento que está trilhando está alinhado com o que deseja. Já vi muita gente pular de ‘uma letrinha para outra’, explorando o que podiam da forma com as companhias trabalhavam, das hierarquias possíveis e conseguindo êxito no atingimento de suas metas pessoais. Não fique paralisado!

Trilhas mais comuns:

Em Degrau, Escada ou linha de especialização: como o nome diz, vai subindo, galgando posições maiores numa especialidade, com o tempo de casa. Quando se era possível prever estabilidade no emprego e quando um carimbava e outro furava… atualmente, quem é coringa, pau para toda obra, quem não sofre de síndrome de T-rex, vai mais longe…

Em Espiral: Movimento constante e crescente em volta de um eixo, porém mais livre. É mais individualizada e difícil de encontrar.

Em S ou em rede: o profissional vai subindo, mas antes pode passar por outras áreas. Privilegia visão mais generalista das pessoas.

Em Y ou Paralela: Níveis iniciais básicos e em determinado momento, o profissional escolhe entre gestão ou especialização, proporcionando crescimento no braço selecionado.

Em W: Mesclam habilidades administrativas e muito conhecimento técnico. Geralmente aplicado para engenharia, médicos e gestores de projetos. Alguns a chamam de mista, quando ainda se permite a mudança entre várias áreas.

E só para descontrair, veja como a gente pode levar com bom humor esta sopa de letrinhas das trilhas de carreira 😉

Carreira O: Você anda, anda e está sempre no mesmo lugar.

Carreira M: É a carreira de altos e baixos. Cresce rápido, despenca, cresce de novo, despenca de novo…

Carreira U: Contratado como o salvador da pátria, não faz nada e fica em baixa, e quando sai é uma alegria…

Carreira T: Bem típico de empresas familiares, sobe, sobe, sobe e quando vê, bateu no topo…

Carreira Q: Pior que a carreira O, anda, anda e ainda sai por baixo…

Carreira L: Aquele que demora um tempo para se encontrar, para então crescer…

Carreira #: Só consegue subir com ajuda de algum padrinho que faz sua “escada”.

Carreira *: Começa numa trajetória, mas cada hora está num ponto diferente…

Carreira ~ ou curva de rio: Vai com a corrente e por vezes para na curva do rio…

E tudo isto me lembra uma tirinha de Dilbert num diálogo dele com o CEO:

– Dilbert: “Chefe, todos os nossos projetos estão atrasados e com o orçamento estourado”

– CEO: “Mova todos os atrasos para a coluna “futuros desenvolvimentos”. “90% do meu trabalho é inventar nome para as coisas…” – pensa…

 

Abs, e não deixe de aproveitar a vida!

 

Sobre a autora:

Glaucia Miyazaki – parceira RH|PM

Sou executiva e Coach com mais de 17 anos de experiência profissional no chamado “Mundo Corporativo”, atuando em cargos de liderança e diretoria das áreas de Marketing, Vendas e TI de diversas empresas mercado. Publicitária formada pela ESPM/SP, Pós-graduada em Administração e com MBA em Gestão Empresarial pela FGV/SP. Vivenciei de tudo: de pequenas familiares a gigantes varejistas, de Entretenimento a Telecom, de Start-ups a falimentares, de serviços e de produtos, de organizadas as sem muitas regras…Tenho uma abordagem mais holística sobre a gestão e seu papel e sou conhecida pela forma franca e direta de me expressar. “Quando me pedem um feed-back, já vou logo perguntando: Com ou sem açúcar?”.

Além disto sou mãe (dois lindos meninos), mulher, esposa, estou trabalhando em um livro sobre Gestão e adoro cozinhar.

Crédito de Imagem: blog terra