Você é um sujeito criativo ou analítico?

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É comum ainda atribuir a criatividade aos artistas, principalmente relacionando às produções pessoais como pinturas, esculturas, dança, música, teatro ou ainda às pessoas que têm a licença para criar, publicitários, designers, redatores entre outros…

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Quando falam das pessoas da “firma”, parece que a criatividade está legada apenas à área de novos negócios ou de pesquisa e inovação. Os demais se autodenominam “áreas de apoio”.

E não raro, estas áreas de apoio se julgam mais técnicas ou mais analíticas. Com TI, a coisa foi mudando um pouco. Por lidarem com tecnologia, estarem necessariamente antenados com as inovações do segmento e até por conta da liberdade para expor sua visão via Apps e outras formas de interação, acabam se vendo como mais criativos do que antigamente. Vamos combinar que nos primórdios da “TI”, os programadores eram mais vistos como técnicos e engenheiros do que como desenvolvedores de soluções. Até o termo desenvolvedor carrega uma parte de criação em sua essência…

Daí, por conta desta visão quase binária de si mesmo, ou você está no lado analítico ou no criativo, um monte de gente deixa de ver e praticar inovação. É notório que empresas como Facebook e Google, só para citar as mais óbvias, se beneficiam das inovações geradas por todos os seus colaboradores. Isto, de forma alguma, significa que devemos acabar com as áreas de Inovação, Pesquisa e Desenvolvimento ou qualquer outra denominação semelhante. O que tratamos aqui é que as inovações de processos, de negócios e até de novos caminhos ou produtos não é restrita a estes departamentos.

Vi em várias empresas inúmeras tentativas de incentivar os funcionários a terem ideias. Algumas funcionando melhor que outras, mas quase todas sem grande expressão dentro da companhia. Seja porque isto é sempre visto como algo menor, de segundo plano, não o core da empresa, seja porque não tem um sponsor forte e que esteja realmente comprometido com a inovação contínua, seja porque a mecânica é custosa, trabalhosa, ou um pouco de cada coisa. No final, não basta uma foto com o presidente ou um quadro de funcionário do mês para estimular a inovação continua.

É aqui que nos acomodamos, de certa forma, e passamos a justificar nossos afazeres como técnicos e analíticos ou ainda culpando as entregas e prazos pela não criação ou melhoria de algo. Nos afogamos ou nos escondemos nas inúmeras tarefas do dia-a-dia. “Não há tempo para pensar nisto” ou ainda “Isto é responsabilidade de fulano/área tal”. E no fundo, há uma boa dose de medo do fracasso e de ser questionado. A falha é algo com a qual não lidamos bem. É como uma derrota…

Na verdade, todo mundo é criativo, a gente só precisa de uma ajuda para despertar (e treinar) o que já existe: a capacidade de imaginar, expandir e até acreditar em ideias que temos. O tal “pensar fora da caixa”, na verdade é menos sobre ter a capacidade de olhar por outros ângulos e mais sobre ter a coragem de desafiar o status quo, a ordem do dia, as coisas como são, a rotina. É a visão não-acomodada. A rotina, por sua vez, nos traz segurança, diminui a cobrança e garante o salário no final do mês.

Vale para todo mundo, do assistente ao CEO. Se a gente deixar, o dia-a-dia nos consome, e não raro, nos pegamos reclamando da falta de tempo para poder ser criativo, como se existisse hora e duração determinadas para exercer a criatividade.

Você não precisa ser criativo 100% do tempo, mas tem que existir uma chama dentro de você, uma vontade de querer fazer algo diferente, melhor, mais eficiente, não importa. É um inconformismo criativo, que no final é o que dá a verdadeira vontade de sair da cama todo dia para trabalhar, ainda que a empresa esteja numa situação crítica, o chefe seja chato, a tarefa isto ou fulano aquilo. É mais por você e sua relação com seu trabalho, com o que se propõe a produzir, como quer viver.

É por isto que crescem de forma exponencial os cursos e práticas para estimular a criatividade. Levam as pessoas para montar pecinhas, para situações extremas, esportes radicais, salas de fuga e tudo mais que possa, de alguma forma, pegar a fagulha criativa que bloqueamos e transformá-la numa grande fogueira. Funciona em muitos casos, mas é uma pena que a gente se sabote tanto e tenha que recorrer a isto para continuar criando.

Precisamos de advogados, administradores, vendedores, analistas financeiros, não importa, mais criativos. Decisões criativas geram soluções melhores e mais originais, e, portanto, mais sucesso e maior realização. Todo mundo ganha.

Li uma vez que não existe uma tradução para “criatividade” ou “criativo” em tibetano, o mais próximo disto é “natural”, ou seja, para ser mais criativo, basta ser mais natural, mais você 🙂

 

Abs, e não deixe de aproveitar a vida!

Sobre a autora:

Glaucia Miyazaki – parceira RH|PM

Sou executiva e Coach com mais de 17 anos de experiência profissional no chamado “Mundo Corporativo”, atuando em cargos de liderança e diretoria das áreas de Marketing, Vendas e TI de diversas empresas mercado. Publicitária formada pela ESPM/SP, Pós-graduada em Administração e com MBA em Gestão Empresarial pela FGV/SP. Vivenciei de tudo: de pequenas familiares a gigantes varejistas, de Entretenimento a Telecom, de Start-ups a falimentares, de serviços e de produtos, de organizadas as sem muitas regras…Tenho uma abordagem mais holística sobre a gestão e seu papel e sou conhecida pela forma franca e direta de me expressar. “Quando me pedem um feed-back, já vou logo perguntando: Com ou sem açúcar?”.

Além disto sou mãe (dois lindos meninos), mulher, esposa, estou trabalhando em um livro sobre Gestão e adoro cozinhar.

Crédito de Imagem: pixabay.com


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