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Acabei de completar 40 anos, idade em que todo mundo olha para sua cara e lhe diz animadamente, feito o tio do pavê: “a vida começa aos 40!”. Tenho que confessar que não foi nada fácil.

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Adorei fazer meus 30, mas esses 40 chegaram pesados, trazendo muita reflexão, pensamentos, medos. Se a vida começa agora o que eu estava fazendo até então? Será que era aqui mesmo que eu deveria estar quando chegasse nessa idade? Deveria estar coroada de sucessos, conquistas e certezas que eu não tô sabendo?

Então eu continuei pensando: afinal, o que é sucesso mesmo? Quando tinha meus 20 e poucos anos eu achava que tudo seria possível, o mundo inteiro estava ali para ser conquistado e era óbvio que eu não seria ninguém menos que a sucessora do Washington Olivetto no mundo publicitário. Meus 40 anos eram um futuro distante e até lá eu teria poder, fama, dinheiro e nenhuma preocupação. A vida estaria ganha e garantida. Pois é. Nada disso aconteceu.

As coisas não saem exatamente como planejamos – ou sonhamos. Fazemos escolhas, surgem mudanças que não conseguimos controlar ou simplesmente nem tentamos evitar, a vida vai acontecendo e nos jogando no olho do furacão. Não sou CEO de nenhuma empresa, não inventei nenhum app que me deixaria bilionária, não sou dona de nenhum negócio de sucesso, muito menos reino no mundo da propaganda. Tá… e qual o problema disso? Preciso ser medida por isso? E só por isso?

O mundo tem muito mais pessoas do que cargos de presidência disponíveis e, honestamente, não acho justo julgar como vencedoras somente aquelas que estão no topo da pirâmide. Claro gente, ambição e vontade de conquistar são sempre muito bem-vindos, mas não dá para todos. E nem acho que todos são talhados para ocupar esses cargos, ou mesmo queiram ocupar essas posições. Se você tem seu trabalho e consegue levar sua vida, consegue vez em quando fazer as coisas que você mais gosta como viajar, ir ao cinema, curtir sua família ou seja lá o que te deixa feliz, não importa sua colocação. Acho que você conquistou o seu sucesso. Pode até ser que algumas pessoas cheguem a se tornar CEOs e acabem percebendo que não era bem isso que queriam. Aquilo não era o sucesso para elas.

Pensando bem sobre os meus 40 anos, hoje eu sou feliz por poder acompanhar o desenvolvimento do meu filho, por poder passar tempo com ele e ainda assim realizar algumas atividades profissionais em paralelo. Isso definitivamente não me deixa mais rica, muito menos me dá alguma posição profissional de destaque, mas me deixa sim, tranquila. Esse é o sucesso para mim.

E viva os 40!

Sobre a autora:

Paula Sanches – parceira RH|PM

Formada em Comunicação Social, é do tempo em que não se tinha nem computador na firma pra todo mundo. Começou como estagiária pegando café e “tirando xerox” e seguiu pelo mundo corporativo até a empresa em que estava falir. Continuou por conta própria entre freelas e novos projetos e escrevendo umas coisinhas aqui e acolá, até que veio parar aqui para contar histórias e dar suas opiniões sarcásticas sobre o mundo corporativo, mesmo sem ninguém pedir.

Crédito de Imagem: Pixabay