O eterno mistério das dinâmicas de grupo

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Eu nunca entendi as dinâmicas de grupo. Sério, alguém me explica o significado por trás de atividades como encher bexiga e jogar para o alto, confeccionar uma máscara de papel ou desenhar para um índio as instruções de como amarrar um sapato? Tudo o que eu procurava era um estágio na área de comunicação, poxa,  não um exercício de expressão corporal nível “nem Marina Abramovic entende”.

De outras eras que sou, cheguei a passar muitos domingos procurando vaga nos classificados do jornal – é, aquele impresso que quase ninguém mais assina. Numa das buscas encontrei o anúncio de uma multinacional para a vaga de analista de mercado. Mandei meu currículo e fui chamada para a dinâmica algum tempo depois. A atividade tinha tantos detalhes que eu me perdi. Pânico total! Não sabia o que pensar, o que deveria preparar e os candidatos já começando a se apresentar. Como a ordem de apresentação era por iniciativa dos próprios candidatos, e nessas horas diz a lenda que quem vai primeiro demonstra que tem iniciativa, fui deixando todo mundo ir na frente até que eu entendesse do que se tratava. Fui a última.

Deixei a empresa com aquela já conhecida sensação de “quem sabe na próxima?”. Passaram-se alguns dias e, para minha surpresa, me ligaram comunicando que eu havia sido selecionada! Quase não acreditei, como aquilo era possível? Eu não tinha nem entendido a atividade desde o começo!

Fui até lá para aquele momento glorioso de acerto para a contratação. No bate-papo com o meu futuro chefe, ele me conta o motivo da escolha pela minha pessoa: “vimos que você deixou os outros candidatos se apresentarem primeiro. Isso demonstrou que você é uma pessoa muito analítica!”.

Ah tá! Eu achando que não tinha entendido lhufas e tudo não passava de muita análise.

 

Paula Sanches

 

Foto: Google Images


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