Pare. Olhe. Pense. E mude!

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I’m starting with the man in the mirror

I’m asking him to change his ways

And no message could have been any clearer:

If you wanna make the world a better place

Take a look at yourself and then make a change

(trecho da música Man in The Mirror, de Michael Jackson)

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O mundo anda (mais) complicado. Todos os dias as notícias são desanimadoras. A crise econômica e política em que estamos afundados, rebeliões em presídios, mais um serial killer que aparece, trocentésimo tiroteio em universidade, crise de refugiados, loucos que ameaçam pessoas de morte por terem raspado a barba, desemprego, preços subindo. É difícil manter o otimismo quando tantas coisas tristes insistem em acontecer, ainda mais quando estamos com a cabeça cheia de preocupações e contas, sem saber se o orçamento vai apertar mais ainda. Tanta coisa errada nesse mundo… mas você já parou para pensar naquele clichê de que você é o agente da mudança?

Todo mundo faz coraçãozinho com as mãos, pula 7 ondas no ano novo e diz com voz meiga que espera um mundo melhor. Só que fazer sua parte que é bom quando surge a oportunidade, niente. Eu continuo ouvindo chefes reclamarem quando suas funcionárias ficam grávidas; continuo ouvindo conhecidas reclamando das faltas de suas funcionárias quando os filhos estão doentes; empregadores querem contratar estagiários com experiência; a maioria das empresas não parece aberta a contratar pessoas mais velhas. É hora de parar o que está errado, cortar esse ciclo ruim.

Muitas coisas estão enraizadas em nós, tanto em nossos núcleos familiares quanto em nossa sociedade. Crescemos ouvindo e convivendo com tantos conceitos e ideias que não paramos para questiona-los. Porém, para mudar basta começar. Não é fácil, ninguém muda de uma hora para outra e sem uma boa dose de esforço. Quero dar um exemplo bem simplório aqui: em conversas de família cansei de ouvir – e concordar efusivamente – que fulano era um santo, aturava sua esposa que era tão chata e implicante e blá blá blá, todo mundo criticando a mulher. Até que um dia, quando o assunto surgiu novamente, eu parei por um segundo para pensar e questionei se o problema então não era ele, afinal, sendo ele tão bom e ela tão chata, o que ele ainda fazia com ela? Não nasceram grudados! Sabe o que aconteceu? Os outros também pararam para pensar e acabaram descobrindo qualidades na antes chata esposa. Chegaram à conclusão de que o que antes chamávamos de chatice, na verdade foi importante nas conquistas de ambos, já que a tal bondade dele poderia mascarar sua passividade diante das situações da vida.

E no mundo corporativo? Tanta gente reclama de questões que se repetem, mas quando têm a chance de quebrar o ciclo, continuam com o mesmo padrão. Já ouvi que “é o inferno quando aparece uma funcionária grávida”. De novo aquela ladainha de funcionário ausente, não posso demitir e coisa e tal. Agora, se você gostaria de demitir sua funcionária, será que o embrião na barriga dela de repente causou o problema ou já havia alguma coisa errada antes? Posso garantir que nenhuma funcionária vai ficar pior por se tornar mãe. Ou por ser mulher. Maus profissionais e má-fé existem independente de gênero, meus caros. O ano já é 2015. Muita gente boa quer trabalhar bem e se dedicar a uma empresa que seja bacana. E essa empresa não tem nada a perder por ser correta e entender que um funcionário tem uma vida completa fora de seu cargo. Vez ou outra alguém não muito bem intencionado acaba aparecendo, isso sempre vai acontecer, mas, por outro lado, as boas práticas vão construir um ambiente muito cobiçado por quem quer uma oportunidade de fazer um bom trabalho e ser respeitado. Já pensou nisso? Você se diferenciar não porque faz aquele coração com as mãos fajuto, mas porque colocou um pouco de coração dentro da empresa. Chega de achar que mulher grávida é dor de cabeça!

Contrate um profissional mais velho. Há tantos precisando retornar ao mercado de trabalho por causa de nossa situação atual. Possuem experiência, paciência e gratidão pela oportunidade. Monte um programa de estágios. O mercado é tão carente de profissionais qualificados. Agarre a oportunidade de formar os profissionais que você precisa. Mude esse mundo horroroso em cada pequena oportunidade que aparecer, crie um bom ambiente de trabalho. E se você é funcionário, procure uma empresa em que seu expediente não vai ser um sacrifício, assim como a Glaucia tão bem ilustrou em seu texto “Quer trabalhar ou ser feliz?”.

Há contas a pagar e nem sempre podemos nos dar ao luxo de apenas buscar a situação perfeita. Mas quando puder, quebre o ciclo. Você não tem controle sobre os outros ou sobre o ambiente à sua volta, só sobre você. E é aí que reside a mudança!

Sobre a autora:

Paula Sanches – parceira RH|PM

Formada em Comunicação Social, é do tempo em que não se tinha nem computador na firma pra todo mundo. Começou como estagiária pegando café e “tirando xerox” e seguiu pelo mundo corporativo até a empresa em que estava falir. Continuou por conta própria entre freelas e novos projetos e escrevendo umas coisinhas aqui e acolá, até que veio parar aqui para contar histórias e dar suas opiniões sarcásticas sobre o mundo corporativo, mesmo sem ninguém pedir.

Crédito de Imagem: Pixabay


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