A arte de engolir sapos

[column size=”one-third”]foto[/column]

[column size=”two-third” last=”true”]

Muita gente acha que resiliência é a arte de engolir sapos… Vamos dizer que é mais ou menos… Resiliência é um conceito emprestado da física (capacidade de voltar ao estado original) e adaptado para o indivíduo.

[/column]

Ela indica a pessoa que consegue lidar com problemas, superar obstáculos ou suportar situações de grande pressão sem surtar. Daí uma certa semelhança com a capacidade de engolir sapos sem engasgar…

Mas não se engane. Resiliência não significa apatia, comodidade, falta de atitude. Não é aceitar tudo que mandam sem discutir. Resiliência tem mais relação com a forma como gerimos nossas expectativas e como respondemos às frustrações. Por isto que é uma característica tão desejada no mundo corporativo.

Lógico que o conceito vem evoluindo e está se distanciando um pouco da Fênix – aquele pássaro que ressurgia das próprias cinzas. Ninguém busca um gestor que “morra” toda hora para voltar à vida… Atualmente, ser resiliente é ter flexibilidade para abordar as situações, correr um certo risco, administrar às expectativas e quando os objetivos não forem atingidos da forma como se pensou conseguir, de verdade, aprender algo e se fortalecer.

A resiliência não é aplicada só para as grandes coisas – neste caso, os imensos fracassos. Ela também é vista no dia-a-dia, nas pequenas decisões. Na verdade, é assim a melhor forma de treiná-la. Treiná-la porque a resiliência não é algo puramente nato, ela pode ser aprendida, tendo mais relação com a forma como abordamos a vida, nossa visão sobre o mundo. Portanto, se você “mudar esta programação” na sua cabeça, conseguirá lidar mais levemente com os assuntos e aprenderá a tirar as lições das coisas.

Então, resiliência é uma forma de pensar? Não só de pensar, mas de pensar e agir, ou seja, é uma atitude. É um estado de corpo e mente. No geral, existem várias características e comportamentos que as pessoas resilientes apresentam e que, em resumo, tornam a visão/abordagem da situação mais leve, menos tensa.

Elas geralmente têm alguma dose de humor para suavizar qualquer situação. Também não dão “piti”, tendo um bom controle das emoções (novamente, não significa que não se exaltem ou fiquem bravas de vez em quando, apenas que não é uma coisa recorrente para qualquer ínfimo probleminha). Assim conseguem respirar no meio do furacão e olhar a situação para tomar a melhor decisão, sem se deixar levar pelo estresse ou pressão recebidos.

Elas fazem força para entender o ponto de vista do outro, tentar gerar empatia de verdade. Isto é ótimo, principalmente considerando que a comunicação é um dos principais problemas corporativos. Além disto, elas são confiantes e atuam com determinação e autonomia. Quer mais? Elas são mais saudáveis, tendo menos incidência de doenças.

E como fazer para conquistar a almejada resiliência? Comece mudando sua abordagem sobre as coisas e vá treinando isto sempre.

Quando ocorrer um problema, foque imediatamente no que você pode atuar, na sua parte. Isto diminui a expectativa do todo e consequentemente do que está fora do seu alcance e é incontrolável, diminuindo assim a frustração. Assuma a responsabilidade para resolver o que pode, mesmo não sendo o causador, ao invés de ficar procurando culpados ou encontrando as desculpas que levaram à situação. Dê ao problema o tamanho que ele tem. Não aja como se como o céu estivesse caindo ou como se estivesse prestes a ser lançado aos tubarões!

E por fim, tenha a mais clara visão que puder de quanto a adversidade vai durar – nada é para sempre. Se não tiver esta abordagem sobre as coisas, vai passar de resiliente à desistente: tudo é uma catástrofe, sempre com você, o fim do mundo, vai durar para sempre… ninguém merece uma pessoa, ou pior, um gestor assim por perto. Cruzes!

Se ser otimista ou pessimista é tudo uma questão de ilusão (afinal, é tudo uma abordagem sobre o futuro que ninguém sabe qual será). Então, por favor, pelo menos escolha a que te deixa mais leve e traz mais benefícios para você e para os demais à sua volta 😉

Abs, e não deixe de aproveitar sua vida!

Sobre a autora:

Glaucia Miyazaki – parceira RH|PM

Sou executiva e Coach com mais de 17 anos de experiência profissional no chamado “Mundo Corporativo”, atuando em cargos de liderança e diretoria das áreas de Marketing, Vendas e TI de diversas empresas mercado. Publicitária formada pela ESPM/SP, Pós-graduada em Administração e com MBA em Gestão Empresarial pela FGV/SP. Vivenciei de tudo: de pequenas familiares a gigantes varejistas, de Entretenimento a Telecom, de Start-ups a falimentares, de serviços e de produtos, de organizadas as sem muitas regras…Tenho uma abordagem mais holística sobre a gestão e seu papel e sou conhecida pela forma franca e direta de me expressar. “Quando me pedem um feed-back, já vou logo perguntando: Com ou sem açúcar?”.

Além disto sou mãe (dois lindos meninos), mulher, esposa, estou trabalhando em um livro sobre Gestão e adoro cozinhar.

Crédito de Imagem: Pixabay


0.00

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *