Com que roupa eu vou?

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Já dizia Noel Rosa em seu samba “Com que roupa?”: “Agora vou mudar minha conduta

Eu vou pra luta pois eu quero me aprumar”. Sim, a vida corporativa por vezes é um porre… Regra para falar, para se comportar, para se vestir.

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E por mais liberal que a empresa seja, daquelas que aceitam bermudas e chinelos, isto não é visto em todos os níveis na maioria das empresas que eu conheça… Nunca fui para uma reunião de diretoria com alguém que aparecesse assim tão relax. No máximo uma calça jeans, uma camisa pólo, um sapatênis…

E assim todo mundo fala na bendita Etiqueta Corporativa. Por que parece que a gente precisa estar uniformizado para que possam passar para o próximo item de avaliação? – Fala correto. Checado. – Sabe fazer apresentação. Checado. – Usa roupas adequadas? Checado…

Eu não gosto muito de regras imutáveis, daquelas meio “à lá Magri”, as “imexíveis”. Mas acredito que um pouco de bom senso não faz mal a ninguém. Adoro esta definição de bom senso : “um conceito usado na argumentação que é estritamente ligado às noções de sabedoria e de razoabilidade e que define a capacidade média que uma pessoa possui, ou deveria possuir, de adequar regras e costumes a determinadas realidades considerando as consequências e assim poder fazer bons julgamentos e escolhas” (os negritos são grifos meus).

Em resumo, se sua empresa é liberal, dá para trabalhar de bermuda skatista e camiseta do Star Wars, beleza. Mas os gestores andam um pouquinho mais arrumadinhos? Então deve ter um motivo. Mais contatos com os clientes externos, por exemplo, mais reuniões com a diretoria, etc. Cada empresa já traz consigo seu dress code (a forma como deseja que as pessoas se vistam), então é o seu poder de observação que vai determinar o que usar.

E isto é bem simples de observar. Já foi atendido por algum caixa de agência bancária que seja tatuado no rosto? Difícil. Alguma loja de Sportwear que os atendentes estivessem de terno e gravata? O que destoa é que chama nossa atenção.

Uma agência de tendências que venha fazer a apresentação com camiseta e camisa de flanela sobreposta, jeans e tênis descolado, óculos de armação grossa e bandana, tudo bem. Porque esta é a imagem que ela deseja passar, ela atrai pessoas que gostam das mesmas coisas e têm o mesmo estilo. Ou seja, é a realidade dela.

Diz o dito popular, que a primeira impressão é a que fica. Mas ela não é composta só do que você veste, ufa! Confesso que isto é realmente complicado. Certa vez fui entrevistar uma pessoa que veio inteiramente vestida de rosa, um tailleur rosa Barbie daqueles que ofuscam à vista (para quem me conhece, sabe que eu não gosto nem um pouco desta cor). Então, tive que pôr em prática meu mantra e “abrir ” meus ouvidos para o que ela tinha para dizer. Mas, para infelicidade dela, tudo que ela falava só corroborava com sua imagem. Ela era a mais essencial para os projetos, a mais confiante, a mais especial e imprescindível. Não conseguia mencionar qualquer projeto onde tivesse aprendido algo, fracassado. Chegou a dizer que ela não tinha defeito algum. Minha conclusão? Na verdade, eu tinha entrevistado uma boneca…

Afinal, você quer ser conhecido pela excelência no bom gosto e caimento de suas roupas, pela quantidade de logotipos que carrega, pela completa ausência de decoro, ou prefere ter seu nome ligado ao reconhecimento comportamental e competência?

Então, a minha lista de bom senso, baseada única e exclusivamente na minha vivência profissional e opinião, é a seguinte:

Roupa justa – Depende. Legging é algo justo, mas bem usado fica legal. Roupa de academia, jamais. Se forem aqueles macacões coloridos então, morte certa. Vestido tipo elástico, daquele que parece uma cinta modeladora, nem pensar. Deixe para balada. O mesmo vale para os homens que insistem em mostrar os músculos e peitoral com aquelas camisetas justas e transparentes. Acredite, tem quem não goste.

Barriga de fora – Quase nunca. Mesmo que a sumidade da moda diga que usar top cropped é ‘o must’, esqueça. Exceção só para quem trabalha com moda (vira e mexe aparecem com roupas e acessórios bem diferentes). Grávida então, aí esqueça mesmo. Guarde a barriga e ganhe elegância por favor. Seu bebê agradece.

Transparência – Depende. Acho que a transparência usada com o tal bom senso até pode ser muito elegante e descolado, como aquelas camisas que você utiliza com uma blusinha por baixo (e não com seu sutiã rendado apenas). Apesar de ter quem não goste, acho que dá sim para usar.

Rasteirinha – Atire a primeira pedra quem nunca precisou fazer a pedicure na hora do almoço e voltou com uma rasteirinha para o escritório… Escolha uma bonita, um pouco mais trabalhada e mantenha-se altiva.

Meia branca – Regra para homem. Mas se ele gosta, e daí? Para os mais excêntricos, já vi meias coloridas. Virou marca de estilo. Chega de regra chata né.

Sapato furado – Você quer pedir um aumento ou está sugerindo indiretamente uma vaquinha do pessoal? Sola furada não é estilo, é desleixo. Não dá.

Acessórios – isto sim deveria ter um capítulo à parte e deveria incluir as capinhas de celulares com orelhas e penduricalhos barulhentos…rsrs.

Tem muito mais, não é? Mande sua opinião sobre o que pode ou não na empresa.

Agora se você quiser fazer bem diferente, quebrar todas as regras e convenções e mandar o bom senso para os quintos, vá em frente e abra a sua empresa.

 

Abs,

 

Não deixe de aproveitar a vida!

Sobre a autora:

Glaucia Miyazaki – parceira RH|PM

Sou executiva e Coach com mais de 17 anos de experiência profissional no chamado “Mundo Corporativo”, atuando em cargos de liderança e diretoria das áreas de Marketing, Vendas e TI de diversas empresas mercado. Publicitária formada pela ESPM/SP, Pós-graduada em Administração e com MBA em Gestão Empresarial pela FGV/SP. Vivenciei de tudo: de pequenas familiares a gigantes varejistas, de Entretenimento a Telecom, de Start-ups a falimentares, de serviços e de produtos, de organizadas as sem muitas regras…Tenho uma abordagem mais holística sobre a gestão e seu papel e sou conhecida pela forma franca e direta de me expressar. “Quando me pedem um feed-back, já vou logo perguntando: Com ou sem açúcar?”.

Além disto sou mãe (dois lindos meninos), mulher, esposa, estou trabalhando em um livro sobre Gestão e adoro cozinhar.

Crédito de Imagem: Pixabay


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