Desenha com coração?

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É assim que eu fazia quando não entendia algo que algum funcionário vinha me apresentar: pedia para desenhar com coração, ou seja, explicar de novo de forma mais didática. E se a dúvida persistia, pedia para desenhar com 2 corações…

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Este hábito nasceu quando me dei conta, lá no início da minha carreira como gestora, que apesar de eu solicitar A, e a pessoa repetir A, na verdade ela tinha um entendimento diferente do que e como o tal A seria entregue. Ai, sem novidades, chegava como resultado um a, ou @, AAA, AH!! e tudo mais que nem se pode imaginar. E neste caso, o erro foi de quem?

Dos dois. Eu, por achar que apenas pelo outro repetir o que tinha dito, bastava para garantir o entendimento da demanda. Do outro, que por não confirmar seu entendimento, saiu fazendo o que pensou ter entendido. Parece complicado? E é mesmo. A comunicação entre as pessoas sempre foi um grande desafio. Isto porque cada pessoa tem um repertório muito particular de vivências e de valores. É como se criássemos um padrão mental, nossa lógica, nosso caminho de resolução de demandas. A partir daí tudo que é dito, não importa de qual área, tema ou grupo, é colocado neste “atalho”.

Nem preciso dizer que é daí que surgem também os tais “bloqueios criativos”, aquela incapacidade de olhar a situação com outra ótica, de achar soluções criativas, “fora da caixa”. Como chegar a um lugar diferente se a gente sempre vai pelo mesmo caminho? Também se soma a isto a necessidade sempre presente de queremos entregar tudo rápido. Temos muito para fazer, não podemos perder tempo com as coisas. Já entendi, já entendi…

Engano nosso. Quando passei a parafrasear mais, contar o que eu havia entendido de outra forma para confirmar se a mensagem estava correta, e também pedir que as pessoas fizessem isto quando eu entregava alguma demanda, o retrabalho diminuiu. Não basta explicar e no final dizer: “alguma dúvida? ”. É necessário explicar, explicadinho. De duas, três formas diferentes. Usando analogias se for necessário para clarificar o tema. Desenhando com coração… e depois disto, pedir para explicarem o que entenderam, também de jeito diferente da forma como pediu.

E isto não significa necessariamente dizer como fazer, até porque autonomia é bom e todo mundo gosta (só leve em consideração o que eu já mencionei no artigo sobre liderança situacional). Mas sim garantir que a comunicação se estabeleceu de forma plena.

Você, como líder, tem que lidar com idas e vindas dos funcionários confirmando se estão no caminho certo. Melhor assim. É uma questão de treino, de gestão de expectativas e de ganho de confiança e autonomia. Quanto mais os dois lados treinam, mais se entendem. Daqui a pouco o olhar já denotará aprovação ou demonstração da dúvida existente.

Este tipo de “problema” de comunicação não ocorre só na interação chefe-equipe, ela é bastante comum no relacionamento interdepartamental. Já tentou pedir algum projeto para TI? E um contrato específico para o jurídico? Por isto se criam tantos formulários, documentos de visão, de validação e tudo mais de burocrático que possa existir para mitigar o tal problema de comunicação.

Existe uma charge muito conhecida no meio corporativo sobre o entendimento de uma demanda. E vai dizer que nunca passou por isto?!

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Depois a gente vai voltar ao assunto comunicação, pois certamente este é um dos principais problemas das empresas atualmente.

Abs, e não deixe de aproveitar sua vida!

Sobre a autora:

Glaucia Miyazaki – parceira RH|PM

Sou executiva e Coach com mais de 17 anos de experiência profissional no chamado “Mundo Corporativo”, atuando em cargos de liderança e diretoria das áreas de Marketing, Vendas e TI de diversas empresas mercado. Publicitária formada pela ESPM/SP, Pós-graduada em Administração e com MBA em Gestão Empresarial pela FGV/SP. Vivenciei de tudo: de pequenas familiares a gigantes varejistas, de Entretenimento a Telecom, de Start-ups a falimentares, de serviços e de produtos, de organizadas as sem muitas regras…Tenho uma abordagem mais holística sobre a gestão e seu papel e sou conhecida pela forma franca e direta de me expressar. “Quando me pedem um feed-back, já vou logo perguntando: Com ou sem açúcar?”.

Além disto sou mãe (dois lindos meninos), mulher, esposa, estou trabalhando em um livro sobre Gestão e adoro cozinhar.

Crédito de Imagem: Pixabay


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