Nossa linda juventude

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Estou prestes, ou melhor, quase prestes a completar 40 anos. Se chegar aos 30 foi o máximo e me senti ótima, os 40 estão pesando como chumbo nos meus ombros. Mas, como o recomendado para uma boa sanidade mental é procurar ver o

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lado positivo em todas as situações, algo que  me alivia a idade é perceber que o nível de sabedoria aumentou consideravelmente. Para ilustrar isso, vou presentea-los contando algumas cag… epa, algumas mancadas que tive a capacidade de cometer em meu passeio pelos jardins do mundo corporativo, quando era praticamente uma pirralha imatura saltitando por aí.

Mancada 1: época de faculdade, mural pipocando com anúncios de estágios em empresas bacanudas e eu me candidatando às vagas. Recebo a ligação de uma multinacional gigante me chamando para participar de uma dinâmica de grupo. Não sei se foi uma trava inconsciente explicada pela minha primeira coluna aqui neste site, mas a verdade é que quando a moça me passou o endereço eu falei “não vou, é muito longe”. Até hoje eu consigo sentir perfeitamente o espanto dela, transmitido sem palavras pelo telefone.

Mancada 2: dessa vez eu participei da dinâmica de grupo da empresa, outra grande bacanuda, e me chamaram para a etapa seguinte de entrevista com o gerente da área. Eu preferi ir para uma empresa minúscula, só porque ficava no aeroporto de Congonhas. Tá certo que eu me diverti horrores, passeei de avião e tal. Mas poderia ter pelo menos me dignado a comparecer à entrevista, ver como era e, quem sabe, ter construído uma carreira legal e ganhando aquele negócio… péra, como chama mesmo? Ah! Dinheiro.

Mancada 3: essa não chega a ser de todo culpa minha. Vejam só a situação: é domingo à noite e meu cachorro de estimação começa a passar mal, mas olha, bem mal. Para proteger estômagos e corações sensíveis digo apenas que a situação envolvia a saída de hemácias – imaginem aí o que era. E lá fui eu, sozinha, apesar de haver pelo menos outros 3 adultos presentes na residência, correndo com o pobre bichinho para o plantão veterinário. Corri de um lado para o outro, internando, buscando remédios, aquele drama todo.  Quando enfim resolvi tudo, estava cansada e estressada. Não aguentei ir trabalhar no dia seguinte – coisa de gente criada a leite com pera né? Pedi ajuda para a minha mãe, pois na minha mente ingênua achei que ela ligando e falando para o meu chefe que EU estava mal, ele se compadeceria muito mais. Aí eis que ela liga e fala nesses termos: “é que o Buiú tava ruinzinho e ela foi levar ele no veterinário tá”. Quando ouvi isso quase tive um ataque e passei mal de verdade. Lógico que no dia seguinte mal pisei na empresa e o chefinho me perguntou, numa entonação sarcástica “e o Buiú querida, tá bonzinho?”. Pensando bem, que idiota que eu era. E sim, a culpa FOI toda minha.

Mancada 4: essa foi a mancada de todas as mancadas. A mancada primordial. Levei a faculdade como quem leva o colégio, sabe, querendo acabar logo, sem aproveitar as oportunidades. Então eu, que queria trabalhar com criação, acabei me enveredando pelo marketing, só porque tinha mais vagas e não precisava montar portfólio. Quis evitar a fadiga. Fui condenada a vagar pelo mundo em arrependimento eterno.

Moral de toda essas histórias? Se forem mais novos, procurem sempre um adulto responsável, um mentor que possa dar alguma orientação, puxar a orelha e transmitir um pouco de sabedoria ainda que por osmose. Se forem mais velhos, aproveitem a sabedoria que chega de tanto bater cabeça sozinho e arrisquem, se for o caso. Sempre dá tempo!

Sobre a autora:

Paula Sanches – parceira RH|PM

Formada em Comunicação Social, é do tempo em que não se tinha nem computador na firma pra todo mundo. Começou como estagiária pegando café e “tirando xerox” e seguiu pelo mundo corporativo até a empresa em que estava falir. Continuou por conta própria entre freelas e novos projetos e escrevendo umas coisinhas aqui e acolá, até que veio parar aqui para contar histórias e dar suas opiniões sarcásticas sobre o mundo corporativo, mesmo sem ninguém pedir.

 

Crédito de Imagem: Pixabay


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