O que aprendi na conversa de elevador

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Parece papo de ascensorista, mas é possível sim tirar muitas lições da conversa de elevador. Existem até estudos sobre o comportamento humano e a psicologia ambiental que tem o elevador como pano de fundo.

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Quando a gente está no mundo corporativo precisa desenvolver ainda mais a capacidade parabólica, aquela de estar antenado em tudo, de ‘captar’ o que está no ar. E o elevador é um ótimo lugar para treinar.

Além disto, é possível perceber qual a cultura da empresa e alguns outros detalhes que ninguém conta nas entrevistas. Eu aprendi muita coisa nas interações do elevador e aqui listei apenas algumas das notas mentais mais imediatas. Então nada de ficar olhando para o painel, para o celular, para o além…

Nota mental 1: Sua imagem é o que você transmite.

Um presidente de empresa entrava no elevador e saudava a todos com um carismático “bom dia”. Por vezes, perguntava algo sobre algum assunto do departamento ou obtinha algum comentário sobre projetos que, habilmente, usava depois nas reuniões. Nesta empresa, quem entrava com fone já soltava um lado para permitir a interação…. As pessoas aprendem rápido.

Outra empresa. O elevador para, sai todo mundo, sobem dois seguranças, entra o presidente, fecha a porta, o elevador sobe… Advinha qual era o estilo da empresa e a possibilidade de falar entre os diversos níveis…

Conclusão: Se tiver oportunidade de interagir, faça-a da melhor forma possível. Numa era tão tecnológica, o contato pessoal, ainda que ínfimo, é muito importante. Mais que isto, ele contribui para a imagem que deseja passar como líder e acaba criando – e confirmando, a cultura da empresa.

Nota mental 2: Em boca fechada não entra mosquito

Fornecedores e parceiros que já saem das reuniões fazendo seus comentários no elevador sem se importar (ou se tocar) com quem está dentro dele: ‘Adorei a proposta, muito melhor que a outra”; “Se alterarem isto, fechamos com eles”… Uma informação como esta pode alterar qualquer negociação… o mesmo vale para reuniões de time, falar mal do chefe ou colegas de trabalho, ou pior, alguma questão estratégica da empresa. Pegue um elevador após um anúncio do RH e vai entender do que estou falando…

Nota mental 3: Cada um no seu quadrado

Não é porque a empresa se coloca como ‘sem barreiras’, ‘portas abertas’ e tudo mais, que você pode sair falando qualquer coisa para qualquer pessoa. Certamente o vazamento no banheiro que você percebeu é algo que precisa ser reportado, mas não necessariamente para o presidente da empresa dentro do elevador (ele tem uma turma inteira de patrimônio e manutenção para cuidar disto). Então, não desperdice seus pontos de contato com temas assim, isto não vai transformar sua imagem em funcionário atento aos detalhes.

Nota mental 4: O elevador ainda faz parte da empresa

Horário do almoço ou final de expediente. Debandada geral, todo mundo no elevador. Vamos combinar que este não é o melhor momento para você desabafar sobre sua briga com o namorado ou então comentar sobre qual funcionária que está saindo com você. O elevador é pior que o Facebook, falou algo, todo mundo fica sabendo. Cuidado com sua imagem.

Nota mental 5: Pitch na hora certa = pontos para você

Com as startups e negócios digitais, a necessidade de ‘vender’ uma ideia rapidamente de forma concisa e muito rápida passou a ser conhecida como Pitch. Mas as apresentações-relâmpago sempre existiram e são um recurso muito importante para conseguir aprovar negócios, apresentar sugestões e até para contribuir para construção de sua imagem. E elas levam o tempo de um elevador… Tempo suficiente para demonstrar a solução de um problema, um conceito de produto, uma inovação, ou até uma sugestão de melhoria. Se conseguir fazer de forma concisa, clara e para o interlocutor correto, terá grandes chances de ouvir um: “interessante, passe na minha mesa para falarmos mais sobre isto”.

As escadas são mais saudáveis, mas o elevador me trouxe outros benefícios 🙂

 

Abs, e não deixe de aproveitar a vida!

 

Sobre a autora:

Glaucia Miyazaki – parceira RH|PM

Sou executiva e Coach com mais de 17 anos de experiência profissional no chamado “Mundo Corporativo”, atuando em cargos de liderança e diretoria das áreas de Marketing, Vendas e TI de diversas empresas mercado. Publicitária formada pela ESPM/SP, Pós-graduada em Administração e com MBA em Gestão Empresarial pela FGV/SP. Vivenciei de tudo: de pequenas familiares a gigantes varejistas, de Entretenimento a Telecom, de Start-ups a falimentares, de serviços e de produtos, de organizadas as sem muitas regras…Tenho uma abordagem mais holística sobre a gestão e seu papel e sou conhecida pela forma franca e direta de me expressar. “Quando me pedem um feed-back, já vou logo perguntando: Com ou sem açúcar?”.

Além disto sou mãe (dois lindos meninos), mulher, esposa, estou trabalhando em um livro sobre Gestão e adoro cozinhar.

Crédito de Imagem: Pixabay


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